O periápice do dente está sujeito a várias alterações inflamatórias e infecciosas que podem causar quadros álgicos, abscessos e outros processos. Nesse post iremos abordar as diferentes alterações periapicais.
Antes disso, é importante entender que o processo inflamatório é uma reação do tecido vascularizado, frente a uma agressão, que é caracterizada pelo extravasamento de líquido e células do sangue para o interstício.
As pericementites podem ter origens traumáticas ou bacterianas, veja as diferenças de comportamento clínico, radiográfico e tratamento a ser abordado:
Pericementite Apical Aguda Traumática
Vitalidade Pulpar: Positiva
Dor:
- localizada
- moderada
- exacerbada ao toque vertical
- exacerbada à palpação apical
Ligeira extrusão dentária: sensação de dente crescido
Tratamento: ajuste oclusal
Pericementite Apical Aguda Química
- Ausência de vitalidade pulpar
- Dor localizada
- Sensibilidade ao toque
- Sensação de dente crescido
- Ligeira extrusão dental
- Raio-x: discreto aumento do espaço periodontal
Pericementite Apical Aguda Bacteriana
- Ligeira extrusão dentária
- Sensação de dente crescido
- Ausência de vitalidade pulpar
Dor:
- Localizada
- intensidade moderada (pulsátil)
- exacerbada ao toque vertical e a palpação apical
Características Radiográficas: Pequeno espessamento
Diagnóstico Diferencial: Abcesso Periapical Agudo
- Dor
- Extrusão súbita
- Mobilidade
- Percussão
Tratamento: Necropulpectomia
Tratamento emergencial:
- Anestesia
- Isolamento absoluto
- Abertura coronária
- Esvaziamento do conteúdo séptico/ tóxico
- MIC com tricresol formalina
- Selamento coronário
- Ajuste oclusal
- Medicação sistêmica: analgésico e antiinflamatório
O abcesso periapical agudo pode ser causado por agentes físicos, químicos e microbianos, responsáveis por alterações inflamatórias irreversíveis do órgão pulpar, com posterior infecção do tecido periapical.
Abscesso Dento Alveolar Agudo – Fase Inicial
Características Subjetivas;
Evolução: rápida
- Origem: espontânea
- Duração: prolongada
- Frequência: contínua
- Intensidade: insuportável
- Localização: localizada
Características Clínicas
- Teste vitalidade: negativo
- Coroa: hígida, com cárie ou restauração
- Percussão: sim (hipersensível)
- Mobilidade: aumentada
- Extrusão súbita: aumentada
- Palpação: mucosa periapical alterada
- Linfonodos regionais: mole, doloroso e móvel
- Febre
- SEM EDEMA EVIDENTE
Características Radiográficas: Espessamento do ligamento periodontal
Tratamento emergencial
- Anestesia
- Isolamento absoluto
- Abertura coronária
- Irrigação intracanal
- Esvaziamento do conteúdo séptico/ tóxico até CRD
- Drenagem via canal
- MIC com TCF ou PMCC
- Selamento coronário
- Medicação sistêmica com antiinflamatório e antibiótico
Abscesso Dento Alveolar Agudo – Fase em Evolução
Características Clínicas:
- Ausência de vitalidade pulpar
- Dor espontânea, pulsátil, contínua e difusa
- Acentuada mobilidade dentária
- Extrusão dentária
- Sensível à palpação apical
- Sensibilidade ao toque vertical
- Edema difuso, consistente, sem ponto de flutuação
- Aumento de volume da área
- Cefaléia, Febre, Prostração
- Ausência de sinais radiográficos ou espessamento apical
Celulite Facial (Flegmão): Aumento de volume disseminado, avermelhado, fibroso, com palpação.
Tratamento Emergencial
- Anestesia
- Isolamento absoluto
- Abertura coronária
- Irrigação intra-canal
- Esvaziamento do conteúdo séptico/ tóxico até CRD
- Drenagem via canal
- MIC com TCF ou PMCC
- Selamento coronário
- Medicação sistêmica com antiinflamatório e antibiótico
- Bochecho com solução emoliente (água morna com sal)
Abscesso Dento Alveolar Agudo – Fase Evoluída
Características Clínicas:
- Ausência de vitalidade pulpar
- Dor espontânea, pulsátil, contínua, difusa e menos intensa
- Mobilidade dentária
- Extrusão dentária
- Sensibilidade ao toque vertical
- Ausência de sinais radiográficos
- Edema localizado com ponto de flutuação extra ou intra-bucal
- Cefaléia
- Febre
- Prostração
Tratamento Emergencial:
- Anestesia
- Isolamento absoluto
- Abertura coronária
- Irrigação abundante
- Esvaziamento do conteúdo séptico/ tóxico até CRD
- Drenagem via canal
- MIC com TCF ou PMCC
- Selamento coronário
- Drenagem extra ou intra-bucal
- Medicação sistêmica com antiinflamatório e antibiótico
Abscesso Dento Alveolar Crônico
Características Clínicas:
- Ausência de vitalidade pulpar
- Assintomático
- Escurecimento coronário
- Fístula
- Lesão periapical difusa
Tratamento: Necropulpectomia
Abscesso Dento Alveolar Crônico Reagudizado (Fênix)
Características Clínicas:
- Origem: espontânea
- Duração: prolongada
- Frequência: contínua
- Intensidade: insuportável
- Localização: localizada
- Teste vitalidade: negativo
- Coroa: hígida, com cárie ou restauração
- Percussão: sim (hipersensível)
- Mobilidade: aumentada
- Extrusão súbita: aumentada
- Palpação: mucosa DENTO ALVEOLAR alterada
- Linfonodos regionais: características de mole, doloroso e móvel
- Febre
Características Radiográficas: Imagem radiolúcida sem limites precisos
Tratamento Emergencial:
- Anestesia
- Isolamento absoluto
- Abertura coronária
- Irrigação abundante
- Esvaziamento do conteúdo séptico/ tóxico até CRD
- Drenagem via canal
- MIC com TCF ou PMCC
- Drenagem extra ou intra-bucal
- Medicação sistêmica com antiinflamatório e antibiótico
Saiba mais sobre alterações patológicas pulpores clicando aqui.
Conteúdo retirado da aula da Profª Gisele Haragushiko Furuse.
QUE SITE MARAVILHOSO!!
Tô emocionada. hahahah
Parabéns!
hahaha, obrigado!!
No caso do abscesso fênix a imagem Radiográfica não seria bem delimitada devido ao processo crônico anterior ?
Abraço
Parabéns pelo site.
Muito bem observado, Adriano. Um abscesso crônico promove uma lesão circunscrita porque o organismo se organiza para se “defender” da lesão. No entanto, num processo crônico reagudecido/reagudizado, você pode ter o retorno da ação intensa dos osteoclastos, promovendo uma lesão difusa, não organizada, porque o organismo não estava preparado totalmente para lidar com a ameaça bacteriana.
Muito bom!
Parabéns.
amei esse site.