1. Insuficiência Renal: esses pacientes necessitam de diálise renal periódica e precisam de uma atenção especial durante o tratamento cirúrgico oral. As cirurgias orais eletivas são mais bem realizadas no dia posterior à diálise, isso permite que a heparina usada durante a diálise seja metabolizada e o paciente esteja me melhor estado fisiológico quando ao volume intravascular e aos produtos metabólicos resultantes.
Os fármacos que dependem de metabolização ou excreção renal devem ser evitados ou utilizados em doses modificadas para evitar toxicidade sistêmica. Os fármacos relativamente nefrotóxicos, como os AINES, devem ser evitados em pacientes com comprometimento renal mais sério. Devido a alta incidência de hepatite em pacientes que passam por diálise renal, é necessário que os dentistas tomem as precauções necessárias.
*A aparência alterada do osso causada pelo hipoparatireoidismo secundário em pacientes com insuficiência renal deve ser bem observada para não ser confundida com lesão de origem dentária.
Tratamento:
- evitar o uso de fármacos que dependem de metabolização ou excreção renal
- evitar uso de fármacos nefrotóxicos, como AINES
- adiar tratamento odontológico até 1 dia após diálise
- consultar o médico do paciente a respeito do uso de profilaxia antibiótica
- monitorar os sinais vitais (P.A e F.C)
- procurar por sinais de hiperparatireoidismo secundário
- considerar a realização de teste de hepatite B antes do tratamento odontológico
2. Transplante Renal ou Transplante de Outros Órgãos: esses pacientes geralmente utilizam uma variedade de fármacos para preservar a função do tecido transplantado. Eles fazem uso de corticosteróides e podem precisar de corticosteróides suplementares no período trans-operatório. Atentar também aos imunossupressores, que podem fazer com que infeções autolimitantes se tornem mais graves. a ciclosporina A, um imunossupressor bastante utilizado após o transplante de órgãos, pode causar hiperplasia gengival. Os pacientes que passaram por transplante renal ocasionalmente apresentam problemas como hipertensão grave. Deve-se então, monitorar sempre os sinais vitais.
Tratamento:
- consultar o médico do paciente para liberação para o tratamento odontológico
- evitar o uso de fármacos nefrotóxicos
- considerar o uso de suplementação com corticosteróides
- monitorar a pressão sanguínea
- considerar a realização de teste de hepatite B antes do tratamento odontológico
- observar a presença de hiperplasia gengival induzida por ciclosporina A
- considerar o uso profilático de antibióticos, particularmente para pacientes que fazem uso de imunossupressores.
3. Hipertensão: a pressão sanguínea cronicamente elevada de causa desconhecida é denominada hipertensão essencial. O cuidado de um paciente hipertenso inclui o protocolo de redução da ansiedade e o monitoramento dos sinais vitais. Anestésicos locais que contêm epinefrina devem ser utilizados com cautela; após a cirurgia os pacientes devem ser orientados a procurar um médico para o tratamento da hipertensão. A cirurgia oral eletiva em pacientes hipertensos graves (sistólica maior que 200mmHg e diastólica mais que 110mmHg) deve ser adiada até que a pressão esteja controlada.
Tratamento de paciente hipertenso
– Hipertensão leve à moderada (sistólica > 140mmHg; diastólica > 90mmHg)
- recomendar que o paciente procure um médico para o tratamento da hipertensão
- monitorar a pressão sanguínea do paciente em cada visita ao consultório, e quando utilizar anestésico local com epinefrina, não ultrapassar a dose de 0,04mg em uma única consulta
- usar o protocolo de redução da ansiedade
- evitar alterações posturais rápidas em pacientes que ingerem fármacos vasodilatadores
- evitar a administração intravenosa de soluções que contenham sódio
– Hipertensão grave (sistólica > 200mmHg; diastólica > 110mmHg)
- adiar o tratamento odontológico eletivo até que a hipertensão esteja controlada
- considerar o encaminhamento para o cirurgião bucomaxilo para problemas emergenciais
Referência: Edward Ellis, James R. Hupp, Myron R. Tucker. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, 5 edição. (2): 9 – 12.
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