Esteticamente, dentes brancos são essenciais para a integração do individuo na sociedade. O clareamento dental é uma das alternativas terapêuticas para alcançar este objetivo. Esse procedimento clínico estético que tem sido amplamente divulgado e realizado nos consultórios odontológicos, apesar de não se conhecer exatamente os efeitos adversos que este tratamento pode causar nas estruturas do órgão dental.
Existem diversas formas para denominarmos as técnicas de clarear os dentes. No Brasil o termo mais difundido é o “clareamento”, os nomes de clareação e branqueamento são menos utilizados, porém podem ser encontrados na literatura. O termo branqueamento, origina-se da palavra whitening em inglês. Apesar de não ser exatamente o que ocorre durante o procedimento.

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Os dentes poderão sofrer alterações na saturação ou no croma mas não na matiz, por exemplo uma pessoa que apresenta cor C3 poderá, após o tratamento ficar com a cor C2 ou C1 mas não alterar a sua matiz para o B1 ou A2.

Etiologia das alterações de cor do elemento dental


O dente é um elemento policromático e sua cor é estabelecida pela dentina resultando em uma coloração amarelada. O esmalte dental é translúcido e irá atenuar a cor da dentina, quanto maior for a mineralização do esmalte, mais translúcido ele se torna. As áreas cervicais e incisais dos dentes refletem esse comportamento do esmalte e da dentina. Na região incisai, a translucidez é mais evidente.

Após o estudo das etiologias das alterações de cor e os mecanismos envolvidos no clareamento pode-se afirmar que o sucesso da técnica depende: de um adequado diagnóstico, bom plano de tratamento, seleção adequada da técnicas utilizada, associada ao o potencial do agente clareador e documentação completa do casos incluindo radiografias e fotografias iniciais. Porém o sucesso do tratamento também está na dependência das orientações dadas aos paciente e sua colaboração durante o processo clareador.

Como funciona

O processo de escurecimento dental ocorre devido a formação de estruturas quimicamente estáveis, responsáveis pela instalação progressiva de manchas na coroa dental. O processo básico de clareamento envolve a oxidação, que consiste em um processo químico onde os materiais orgânicos são convertidos em dióxido de carbono e água. Os pigmentos são compostos de grandes quantidades de moléculas de carbono (macromoléculas). Essas são quebradas e convertidas em compostos intermediários (cadeias menores) que são mais claros. Essa reação química altera o tipo, número e posição relativa dos átomos que compõem essas moléculas. No decorrer do clareamento as cadeias de carbono são transformadas em CO2 e H2O, sendo gradualmente liberados junto com o oxigênio nascente. O ponto de saturação é o momento em que ocorre o máximo de clareamento, a partir dessa etapa os pigmentos não são mais clareados e o agente clareador começa a atuar em outros compostos que apresentam cadeias de carbono, como as proteínas da matriz do esmalte. Nesse ponto ocorre a perda de estrutura dental, por isso é necessário saber quando cessar o processo, pois, no momento em que há perda de estrutura dental perde-se todo benefício estético do clareamento.
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Existem várias técnicas de clareamento dental, tanto papa dentes vitais, como para dentes despolpados. As mais utilizadas são para dentes vitais, onde se pode fazer um clareamento através de moldeiras e com gel clareador de peróxido de hidrogênio, carbamida ou associados, em uma concentração mais baixa. E também, o mais procurado nos consultórios, que são os clareamentos assistidos, ou seja, com a supervisão direta do cirurgião-dentista. Essa, por sua vez, utiliza um peróxido de hidrogênio de 30% a 35% e peróxido de carbamida de 22%, 35% e 37%. Esses produtos são mais concentrados e acabam sendo mais tóxicos, por isso necessitam de uma proteção dos tecidos moles.

Vantagem
  • rapidez no processo através do uso de agentes ativados por luz e calor (depende do produto, podendo levar de 1 a 3 sessões, alternando aplicações em cada).

Desvantagem

  • As desvantagens dessa técnica são: maior sensibilidade no pós-operatório devido a alta concentração dos agentes clareadores
  • o tempo de consulta é maior, consequentemente o custo é mais elevado e assim como as outras técnicas os resultados são imprevisíveis.
  • após algum tempo os dentes desidratados pelo isolamento e desmineralizados pelo condicionamento ácido remineralizam e ocorre uma hidratação, produzindo um efeito de regressão a cor original;
  • pode necessitar de repetições

Limitações

  • não é indicado para gestantes e lactantes
Com a associação das técnicas ocorre um ganho de tempo e aumento da segurança nos procedimentos, aliando as vantagens da técnica no consultório com a caseira, GARBER,1997.
A sensibilidade é advinda por conta de um processo inflamatório, por isso, pode-se receitar um anti-inflamatório para amenizar a sensibilidade dentária do paciente. Caso o paciente relate uma grande sensibilidade pré-tratamento, deve-se avaliar a real necessidade do clareamento.
Uma avaliação inicial, composta por uma anamnese completa, exame clinico e radiográfico deve ser realizada. A localização de restaurações presentes, pigmentação severa por fatores como: uso de tetraciclinas (grau III e IV), eritroblastose fetal e outras devem ser bem analisadas.





Referências
http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/clar_dent/clar_dent.pdf
COLDEBELLA, Cármen Regina et al.. Braz. Dent. J. [online]. 2009, vol.20, n.4, pp. 267-274.

Clareamento Dentário


Fonte da imagem em destaque: http://www.sbodontologiaespecializada.com.br/Fotos/clareamento%201.jpg

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