Os concentrados plaquetários são utilizados para o tratamento em seres humanos há algumas décadas. Com o aumento dos estudos e pesquisas, esses concentrados plaquetários se tornaram cada vez mais específicos e bem documentados com relação ao sucesso clínico alcançado através das técnicas.

O conceito da utilização desses concentrados se dá pela centrifugação do sangue do paciente com o objetivo de coletar o máximo de plaquetas do sangue colhido e injetá-las na ferida para otimizar o processo de cura.

O PRF (Fibrina Rica em Plaquetas) faz parte da segunda geração de concentrados plaquetários e possui grande vantagem sobre o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), que é a facilidade para sua obtenção sem que haja necessidade da utilização de produtos bioquímicos. Estes concentrados plaquetários propõem uma aceleração na cicatrização de tecidos moles e duros através do aumento da concentração de fatores de crescimento.



Qual a diferença entre PRP e PRF?

O PRP contém glóbulos brancos, plaquetas e fibrina que ajudam na cicatrização de feridas e nos processos de formação do colágeno. Já o PRF tem alta concentração de glóbulos brancos e fibrina. Usado para tratar as mesmas situações do PRP, o PRF atua na liberação de fatores de crescimento ao longo do tempo, proporcionando benefícios mais duradouros. Além de também estimular a cicatrização mais rápida que o PRP.

Entenda como o PRF funciona: 

As células sanguíneas e as plaquetas produzem grandes quantidades de fatores de crescimento importantes no reparo tecidual, o PRF aumenta a concentração desses fatores,  tais como: Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas (PDGF), o Fator de Crescimento Vascular Endotelial (VEGF) e o Fator de Crescimento de Fibroblastos (FGF), fatores que auxiliam na aceleração da neovascularização e na diferenciação celular.  Através do efeito acelerador na cicatrização de feridas, por promover a neovascularização e a formação de novos tecidos, encontram-se indicados para o tratamento de defeitos ósseos, recobrimento de lesões em mucosa oral, comunicação bucosinusal, enxerto ósseo, além de otimizar na regeneração de tecidos periodontais.

O PRF atua em quatro fases fundamentais no processo de reparação: angiogênese, controle imunológico, liberação de fatores de crescimento e recrutamento de células mensequimais indiferenciadas, além de servir como cobertura e arcabouço para migração epitelial. Os resultados clínicos mostram que o PRF realmente favorece os processos de reparação e sinalização.

Tipos de PRF

  • L-PRF (Fibrina Rica em Plaquetas e Leucócitos);
    Forma de membrana e plug, é rico em leucócitos e é o mais comum nos consultórios.
  • i-PRF (injectable PRF); facilita o manejo do dentista e além disso, reveste as partículas do enxerto com material autógeno o que cria um microambiente favorável a regeneração.
    Stick bone – associado ao material de enxertia
  • A-PRF (advanced PRF).

Benefícios do PRF 

  • Diminuição do quadro álgico (dor) pós-operatório;
  • Acelera e melhora o processo de osseointegração;
  • Maior taxa de sucesso em técnicas com enxerto ósseo;
  • Aumento do suprimento sanguíneo imediato no alvéolo pós-exodontia;
  • Diminue a chance de alveolite e patologias ósseas, entre outros.

Produto obtido:

Entenda como funciona o processo para a obtenção do PRF:

  • Punção venosa
  • Coleta do sangue em frascos de 10ml, sem a adição de anticoagulantes
  • Centrifugação em centrífuga de bancada

Choukroun, França 2001 

Por não haver anticoagulante no tubo, o sangue coletado irá coagular ao entrar em contato com o vidro do tubo. Dessa maneira, é importantíssima a centrifugação imediata, antes do início da cascata de coagulação.

Por ser autógeno, o PRF acaba sendo uma ótima opção de terapia regenerativa. Possui um baixo custo*, obtenção de material rápida, sem contra-indicações e favorece na neoformação óssea e reparo tecidual devido as suas propriedades bioquímicas discutidas nesse post.




REFERÊNCIAS

Carlos Fernando de Almeida Barros Mourão et al. Obtenção da fibrina rica em plaquetas injetável (i-PRF) e sua polimerização com enxerto ósseo: nota técnica. Rev. Col. Bras. Cir. vol.42 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2015. ISSN 1809-4546.

http://fibrina.com.br/fibrina/category/artigos/

ARTIGO: PRF: Uma nova abordagem para regeneração tecidual.

2 Comentários

  1. qual a velocidade em rpm e o tempo, pois os profissionais divergem muito nesse quesito. grata

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