O trauma bucomaxilofacial é resultante de injúrias ocorridas na face e cabeça, incluindo a cavidade bucal. São considerados como um dos principais agravos em saúde bucal (Williams et al., 1992; Hutchison et al., 1998; Magennis et al., 1998; Ribeiro et al., 2000ª), podendo acarretar danos físicos, psicológicos e produzir impacto econômico no indivíduo e na sociedade, transformando-os em um problema de saúde pública.

Um problema de saúde pública
Em nível social, o tratamento de pacientes com trauma acarreta custos elevados ao sistema de saúde em todo o mundo. Dados relativos á Inglaterra indicam que, em média, cada paciente com trauma na região facial custa ao NHS (National Health System) cerca de 733 (setecentos e trinta e três) libras por ano (Lowry, 1990). No Brasil, a proporção de internações por causas externas aumentou progressivamente, de 5,2%, em 1998, para 6,9%, em 2005, assim como a proporção de gastos, que passou de 6,4% para 8,5%.


Fatores associados: 

  • Classe social
  • Idade
  • Sexo

Principais fatores etiológicos relacionados ao trauma maxilofacial: 

  • Acidentes de trânsito
  • Injurias esportivas
  • Acidentes de trabalho
  • Quedas
  • Violência
  • Medidas preventivas de controle do trauma bucomaxilofacial

Implementação de políticas públicas saudáveis
A promoção à saúde inclui além dos cuidados de saúde, outros determinantes como: renda, proteção ambiental, trabalho, agricultura.

Criação de ambientes favoráveis à saúde
Propõe a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais como parte da estratégia de promoção à saúde.

Reorientação dos serviços de saúde
Recomenda que a reorientação dos serviços de saúde deva voltar- se na direção de um enfoque na saúde e não na doença, que apontem para a integralidade das ações de saúde.

Reforçando a ação comunitária
Implementação de ações e recursos existentes na comunidade e que possam intensificar a autoajuda e o apoio social.

Desenvolvimento de habilidades pessoais
Apoia, também, o desenvolvimento pessoal e social mediante a divulgação de informação, educação para a saúde e intensificação das habilidades vitais, o autocuidado.

Medidas preventivas do traumatismo dentário e facial
Evitar acidentes não é uma tarefa fácil, principalmente quando se trata de crianças e idosos. Prudência e bom senso, para impor (no caso dos pais para com os filhos)

Crianças /idosos

  • Crianças sempre no banco detrás dos automóveis (com airbag), usando cinto e/ou cadeirinha de segurança (variando de acordo com a idade da criança);
  • No motociclismo: uso de capacetes com protetor de queixo ;
  • Nas práticas esportivas: como futebol, karatê: usar protetor bucal;
  • No ciclismo: usar protetor bucal e evitar terrenos acidentados;
  • Em árvores: não subir quando estiverem molhadas e sempre apoiar bem as mãos e os pés ao subir.
  • No balanço: permanecer sentado e não pular quando estiver em movimento.
  • Nos bebedouros: não assustar nem empurrar quem estiver bebendo água.
  • Nas piscinas: não correr nem empurrar ninguém nas bordas da piscina;
  • Não tenha armas em casa. Se tiver, arrume-as ou guarde-as longe do alcance das crianças;
  • Nunca deixe o bebê ou a criança sozinha em cima da cama, bancada ou móvel;
  • Nunca deixe o seu filho sozinho na banheira, seja qual for à circunstância.
  • Usar tapetes ou formas antiderrapantes no banheiro;
  • Proteja os cantos das mesas e de outros móveis que possam significar perigo para o bebê;
  • Usar calçados antiderrapantes;
  • Idosos: usar bengala para apoio em dias chuvosos, ao sair de casa.
  • Idosos: não ir sozinho ao banco;
  • Evitar lugares tumultuados.

Adolescente/Adulto

  • Limites de velocidade no transito;
  • Caso ingerir bebidas alcoólicas, não dirigir, pedir um taxi;
  • Orientação de familiares contra as drogas;
  • Não usar dos dentes para abrir ou cortar objetos;
  • Evitar brigas (mais tolerância);
  • Uso de equipamentos de segurança no trabalho (doméstico)
  • Uso de equipamentos de segurança para bicicletas, motocicletas etc…

Referências:

  1. Livro: Epidemiologia da saúde bucal/ editores José Leopoldo Ferreira Antunes, Marco Alrélio Peres; cordenador: Oswaldo Crivello Júnior.-RJ Guanabara Koogan, 2006. Cap.10 ( trauma maxilofacial).
  2. World Health Organization. The Ottawa charter for health promotion. Geneve: WHO; 1986
  3. Mello Jorge MHP, Koizumi MS. Gastos governamentais do SUS com internações hospitalares por causas externas: análise no Estado de São Paulo, 2000. Rev Bras Epidemiol 2004; 7:228-38.(Gastos do Sistema Único de Saúde com internações por causas externas em São José dos Campos, São Paulo, Brasil). 
  4. SciELO Brasil | Idioma: PortuguêsTrauma facial: análise de 194 casos / Facial trauma: analysis of 194 cases-Rev. Bras. Cir. Plást.; 26(1); 37-41; 2011-03.
  5. Scielo. Brazilian Dental Journal– Print version ISSN 0103-6440- Braz. Dent. J. vol.23 no.1 Ribeirão Preto 2012- Occurrence of traumatic dental injury in cases of domestic violence.
  6. Scielo- Rev. Assoc. Med. Bras. vol.51 no. 5 São Paulo Sept./Oct. 2005- Epidemiology of facial trauma.

Autor: Jiane Gilliet Beira. Acadêmica do 3º ano do  curso de Odontologia da Universidade Positivo, Curitiba – PR

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