A produção diária de saliva é em torno de 500mL a 2L, e o fluxo salivar de indivíduos normais é variável ao longo do dia, sendo menor pela manhã, aumenta à tarde e quase nulo à noite.
A sialorreia ou hipersialose, ocorre quando a produção de saliva excede a habilidade do indivíduo em transportá-la ao estômago.
Sialorreia primária: como resultado de hipersecreção das glândulas salivares, mas esta ocorrência é rara.
Sialorreia secundária: está relacionada a falha neurogênica na coordenação dos músculos da língua, palato e face que atuam na fase oral da deglutição, com a perda do controle da saliva na cavidade oral.
Podem ser anatômicas, como incontinência labial, problemas ortodônticos, língua volumosa, má oclusão dentária, obstrução nasal, predispondo à respiração oral, postura inadequada de cabeça e pescoço, com hiperflexão cervical.
Em doenças neurológicas, sua incidência pode chegar a 80%, afetando a qualidade de vida do paciente.
Tratamento
O manejo adequado possui poucas evidências, mas deve ser multidisciplinar:
- Posicionamento adequado
- Suporte fonoaudiólogo
- Lembretes para engolir
- Reabilitação oral
- Toxina botulínica
A toxina botulínica atua reduzindo a produção de saliva. Ela inibe a liberação de acetilcolina nas junções neuro secretoras pré-sinápticas das glândulas salivares. Tem uma ação mais duradoura e menos efeitos colaterais do que os medicamentos anticolinérgicos. Não tem contraindicações e é um método seguro e eficaz.
Referências
Guia de Doenças e Sintomas Albert Einstein;
PebMed;
Blog Neurológica;