Além de comprometimento sistêmico por problemas cardiovasculares, problemas pulmonares também aparecem e é dever do cirurgião-dentista saber os direcionamentos no tratamento cirúrgico desses pacientes. Essa seção discute considerações em relação aos principais problemas pulmonares.
1 . Asma: através de um questionamento complementar, o cirurgião-dentista deve primeiramente determinar se o paciente realmente tem asma ou se tem um problema respiratório como rinite alérgica, que é menos significativo para o tratamento odontológico. A asma é descrita como episódios de estreitamento de vias aéreas menores, o que produz sibilo ou dispnéia a partir da estimulação emocional ou imunológica. infecciosa e química, ou uma combinação entre elas. Eles devem ser questionados especificamente sobre alergia à aspirina (ácido acetilsalicílico) por causa de uma frequência relativamente alta à fármacos anti-inflamatórios não-esteróidais em pacientes asmáticos.
É necessário que o cirurgião-dentista entenda o papel da ansiedade na iniciação do broncoespasmo, usando o protocolo que minimiza ansiedade. A cirurgia oral eletiva deve ser adiada caso esteja presente alguma infecção respiratória ou sibilo.
Importante: o uso de AINES deve ser evitado porque frequentemente eles precipitam ataques de asma em indivíduos sensíveis.


Tratamento: 

  1. adiar o tratamento até que a asma esteja bem controlada e o paciente não tenha sinais de infecção no trato respiratório.
  2. auscultar o tórax bilateralmente para detectar ruídos antes dos procedimentos cirúrgicos orais maiores e sedação.
  3. Usar um protocolo de redução de ansiedade.
  4. Consultar o médico sobre a possibilidade de uso pré-operatório de cromolin sódico.
  5. Se o paciente fez ou faz uso crônico de corticosteróides, providenciar uma profilaxia para insuficiência suprarrenal.
  6. Manter um inalador com broncodilatador facilmente acessível.
  7. Evitar o uso de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais em pacientes susceptíveis.

2. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): geralmente causado por uma exposição de longo prazo a irritantes pulmonares patológicos. As vias aéreas ficam desorganizadas, perdem suas propriedades elásticas e se tornam obstruídas devido a edema da mucosa, excesso de secreções e broncoespasmos, o que produz as manifestações clínicas de DPOC. Como alguns pacientes com DPOC fazem uso de corticosteróides, o cirurgião-dentista deve considerar o uso de suplementação adicional antes de uma cirurgia oral maior. Os pacientes podem precisar ser mantidos sentados em uma posição ereta na cadeira para serem capazes de lidar com a secreção pulmonar comumente abundante.
Importante: sedativos, hipnóticos e narcóticos devem ser evitados por deprimirem a respiração. Além disso, não se deve usar suplementação com oxigênio em pacientes com DPOC grave durante a cirurgia, a menos que o médico recomende.
Tratamento: 

  1. adiar o tratamento até que a função pulmonar tenha melhorado
  2. auscultar o tórax bilateralmentepara determinar a adequação dos sons pulmonares
  3. usar protocolo de redução de ansiedade
  4. se o paciente faz uso crônico de corticosteróides, tratá-lo como se fosse um paciente com insuficiência suprarrenal.
  5. evitar colocar o paciente em posição supina até se certificar que ele possa tolerá-la
  6. manter um inalador com broncodilatador em local acessível.
  7. monitorar de perto as frequências respiratória e cardíaca.
  8. agendar o paciente para o período da tarde para permita

Referência: Edward Ellis, James R. Hupp, Myron R. Tucker. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, 5 edição. (2): 9 – 12.
Imagem em destaque: bionews-tx.com

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